sexta-feira, 17 de abril de 2009

Atravessar o sol


Podia andar aqui a noite toda nas nuvens!
Mas escolhi hoje andar neste mundo!

Apenas hoje talvez...
Imaginem mais ou menos este quadro! Eu, 22 anos, 22 pequeninos aninhos, e alguém, não sei quem, mas cheio de energia, com 28...grandiosos 28 anos, algures numa loja de brinquedos infantis, onde eu ia quando me diziam estar a atravessar a infância!

Num quadro daqueles que passamos o botão da esquerda para a direita, ele desenhou um sol...e eu escrevi "Se um dia lá chegar, volto para te ensinar o caminho".

O sol será a calma, a harmonia da felicidade que eu encontrar!

Sim, muita atenção, eu conheco a felicidade, não a conheco é em harmonia e calma permanente!

Aquele caminho eu mostrei. Ali eu senti!

Hummmm....(isto sou eu a pensar =) ) Será, que, por a caso, não foi porque reportei á minha infância.

Alguém que abraçou e me trouxe com garra até ao meu agora, disse-me ao ouvido um dia

"È tão bom ser pequenino
Ter pai, ter mãe, ter avós.
Ter fé no destino.
Esperança no futuro.
E ter quem goste de nós"

Ora bem, agora, que já não vivo na infância!
Tenho pai, tenho mãe, tenho avós!
Mas por vezes não tenho o mais importante da mensagem....Fé no destino, e, esperança no futuro!

Colocaram-me uma questão á pouco tempo, a mim e aos meus colegas de turma!

"Jovens, voçês conseguem ver-se / imaginar-se no futuro?"

Doeu!! Muito!!

Por momentos, ao fim de tanto balanço emocional, quando pensamos que podemos descansar da correria, e estar em silêncio a ter uma qualquer conversa muda conosco mesmos, bate a porta uma sensação mais ou menos assim:

Amor, Amizade, Saudade, alegria nas lágrimas, doçura, esperança, fé, confiança e esplendor!

isto tudo numa só pessoa!

È muito cardiaco não é?

Há dois anos, duas pessoas encontraram-se, na fé do destino.
Ela apaixonada!
Ele apaixonado!

Ela pergunta: "Amor, ou paixão?"
Ele responde: "Nenhuma das duas, se não for acompanhada pela outra"
Ela investe: "Desculpa, mas amor é algo mais transcendente, paixão é posse é desejo"
Ele minimiza: "O amor, é cheio de sentido"
Ela remata: "A paixão, é o sentido de amor das pessoas, afortunado de quem ama"

Dois anos depois...

Ela pergunta: "como estás de amor?"
Ele responde: "O amor não existe. só desejo"
Ela investe: "Então? é suposto ambas se completarem"
Ele minimiza: "Pois, mas já vi que não. Só com a paixão podemos algum dia sentir algo próximo da utopia que é o amor"
Ela remata: "O amor é cheio de sentido!"

E pensou para ela : "Foste desafortudado"

Quem seria a "fortuna" dele? a esperança talvez?

Poderemos ter esperança perante um fascinio?
Será necessário sentir, a carne, o suor, o desejo funcionante?

Penso que o calor desse sol dará a resposta!

Boa viagem meus amigos! aqui...nas nuvens, onde talvez nos encontramos para nos perder-mos...onde?? neste mundo.

Fernando Pessoa:

"O Amor"

"O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar para ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer.

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Para saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar..."

1 comentário:

  1. Vive. Não queiras existir, simplesmente vive! E principalmente interioriza aquilo que apesar de ser uma frase feita, quer queiras, quer não, no teu intimo existe "a esperança é a ultima a morrer"

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