sábado, 18 de julho de 2015
"Estória" Apaixonadamente Ardente
Olá a todos! Peço desculpa desta pequena ausência, mas á escrita me tenho dedicado igualmente, embora noutro âmbito.
Por muito que a vida nos dê a possibilidade de viver o socialmente aceite, o socialmente correcto, é nos desvios do chamamento da alma que estão as melhores "estórias".
Hoje, ao ler Helena Sacadura Cabral, "Erros meus, má fortuna, amor sempre?", dei por mim a vaguear nesses momentos que vivi, nesses momentos que me confidenciaram, nesses momentos que assisti....E, digamos que, partilho convosco hoje uma "estória" dessas, sem referênciar os protagonistas com os nomes reais, sem pronunciar nenhuma particularidade que comprometa, a confidência/vivência, acima de tudo, a privacidade. Os autores irão reconhecer-se. Assim seria bom sinal.
Porque partilho? Porque a todos nos sabe a vida, o que escapa ao controlo do destino como se este já estivera controlado.
Chamemos-lhe Maria, quem começa agora, na primeira pessoa a recontar esta apaixonante "estória" de paixão! Chamemos-lhe David, o apaixonante ser que se cruza com Maria. Sim, paixão...O amor é outra coisa ...
Maria:
"Tinha os meus 18 anos, primavera, era uma noite igual a tantas outras quando conheci o David. Nessa noite confesso que tinha uma estranha sede de viver. E por isso, tentei não fugir do fio condutor normal do que faria. Fui até ao bar perto de casa onde encontrava todos os amigos, e, quem sabe, numa das longas conversas que partilhávamos todos, não iria surgir uma que interessava mais que o normal, e me iria surgir VIDA.
E lá estava eu, sentada, rodeada de amigos numa banal noite de Karaoke. Quando um deles, ausente até então, (chamemos-lhe Pedro), entra no bar com a sua habitual boa disposição espontânea, e contagiante. Confesso que fiquei contente porque uma coisa eu já tinha garantida, ia rir até ter dores abdominais.
Pedro não vinha sozinho. Apresenta ao geral o David! Confesso que me passou completamente ao lado, apesar de toda a sua presença me intrigar, de não conseguir tentar descortinar que David era este que me olhava e cortava a alma de uma ponta á outra, que era detentor de um sorriso malandro, cuja tez morena de uma pele brilhante se confundia com os olhos cor de avelã numa carinha de puto reguila, mas uma atitude de homem confiante e intrigante.
Pensei que os copos a mais que eu já tivera bebido, me pudessem estar a atirar para uma atracção sem fundamento, por isso, ao lado ficou todo este pensamento.
Brinquei, socializei no fundo, e tinha a certeza, que a cada passo que dava, cada intervenção que fazia, me sentia sedutora, e pior, a seduzir David, que deixara de ter olhos para tudo. Só estavam postos em mim, e estranhamente, eu não me sentia nada constrangida, só conseguia agir com naturalidade.
Entre uma cantoria e outra, entre um copo e dois, o Pedro decidiu que deveriamos terminar a noite na praia, todos, ver o amanhecer e quem sabe adormecer por lá.
Mas, nem todos acederam á vontade! Apenas eu e mais um amigo. E assim partimos os quatro. O Pedro, um amigo, eu e claro, o David.
Não havia forma nenhuma no mundo, de evitar que eu entrasse naquele carro, naquela noite, porque o destino estava a fazer uma força monstruosa.
Não andámos nem 1km de carro já o David me segurava a mão, acariciando-a com movimentos curvos e suaves. Eu tentava retirar a mão para mexer no cabelo, para coçar a perna, mas sem sucesso, mal não tinha onde inventar colocar a minha mão, ela voltava para a mão do David.
Estacionámos uma hora depois á beira da praia, o sol já me cumprimentava embora envergonhado. O mar estava calmo, e em minutos o Pedro e o nosso amigo adormeceram de tamanho cansasso.
Fiquei eu, o sol envergonhado, o mar calmo, e, o David.
Perguntei-lhe carinhosamente se podia deitar a cabeça no colo dele e adormecer ao qual ele respondeu prontamente que sim.
Deitei-me, fechei os meus olhos, e segundos depois, um calor enorme se impunha sobre mim, ao que pensei ser o sol a bater no carro.
Não! O David baixou a sua cabeça, eu abri os olhos, ele fixou os dele nos meus, e roubou-me um beijo tão envolvente que me parecia não ter fim, como se eu estivesse embrulhada nas ondas daquele mar calmo que, no fundo, estaria tumultuoso.
Acordei de imediato o Pedro e pedi para ser levada a casa. Durante o caminho não conseguia olhar para o David. Não deveria ter consentido aquele beijo. Sentia-me a ficar encurralada.
A noite ficou por aqui. E eu, eu deixei de lado aquele beijo, tendo convicto em mim que nem nos voltariamos a encontrar quando, na manhã seguinte o meu telefone se enchia de mensagens elogiantes, á noite, David aparece novamente no local que eu frequento, e, sem trocarmos uma única palavra, eu sabia que estava sentenciada aquela paixão, que negava convictamente.
Lembro-me das palavras do David "Tu estás rendida, tu é que ainda não descobris-te".
E eu, eu rendi-me! Com ele vivi fora da realidade por cada momento que estava com ele.
O Sexo? Esse era tão fora do que as nossas aparências aparentavam que conseguimos partir um estrato de uma cama.
Um dia, e sem qualquer explicação, volvidas três semanas do primeiro encontro, o David enviou-me uma mensagem que dizia "Não posso continuar ao pé de ti! Fazes-me sentir coisas que depois sou obrigado a ter que as sentir, e não as quero sentir! Desculpa se te magoei, mas adoro-te! E, nunca te esqueças para o resto da tua vida. Adoro te sempre e para sempre!"
O David, desapareceu após esta mensagem! Nunca mais consegui contactar com ele. Nem através do Pedro que me alertou para não o procurar, porque nunca o iria conseguir entender.
E, a verdade, é que nunca consegui!
Dois anos da minha vida se passaram, tinha já 20 anos, quando um dia, sem esperar, o David, estava no café onde eu me tinha dirigido, para ir ao encontro de varios amigos, incluindo o Pedro.
O meu coração disparou de tal forma, um misto de ódio, raiva, incapacidade, revolta, que, parti o copo de licor beirão que tinha na mão. Partiu na minha mão e eu não me cortei.
David aproxima-se. e eu numa fracção de segundos não sabia se lhe partia o resto do copo na cabeça, se saltava para os braços dele de saudade enquanto lhe batia questionando o porquê!
Nem uma coisa, nem outra. Agi de forma fria, distante, e desprezivel perante o cumprimento dele; "Maria, que prazer em ver-te, o que é que eu perdi, estás linda e fascinante como sempre"! Ao qual respondi: "E tu. Igual. Utópico, Se desapareceres novamente é um favor que me fazes".
Que havia eu de dizer! Já deveria saber que o David, perante estas palavras, e perante esta atitude, só iria procurar mais por mim, pela minha alma e essência que ele adorava sugar.
E assim foi! Nesta altura eu tinha descoberto, pela primeira vez, o amor! E estava a vivê-lo de forma intensa. Apesar de não estar num compromisso!
E ali estava eu! Dividida ente o amor e a paixão! Sim, eu aqui já tinha assumido que era loucamente apaixonada pelo David.
Que ele exercia em mim uma magnitude. Que sentia por ele ao mesmo tempo todos os extremos sentimentos.
Mantivemos pouco contacto a partir do momento em que descubro que David assumiu uma relação, e então ai, deixei de o contactar. Mas ele não deixou de pairar no meu pensamento. Como a pessoa que mais viva me fez sentir. Pelo desafio talvez, e por ter a certeza que a nossa história nunca teria um fim.
Passam três anos! Estou com 23 anos agora, a bater á porta dos 25 quando David me procura via e-mail novamente. Estava eu numa relação estável, e quase a juntar as escovas de dentes.
O contacto do David colocou tudo em causa. Questões mil bateram a porta, e durante um ano, mantive o contacto com o David, nas mais profundas conversas intelectuais, nas quais ele questionava e fazia-me sempre questionar o meu relacionamento.
Havia algo a favor da minha saniedade mental, O David estava na Inglaterra.
O que ele nunca saberá, é que uma amiga pegou em mim, me levou a uma agência de viagens e me disse: "Vai Maria!! Descobre de uma vez, o que o David é para ti. Não coloques tudo em questão sem procurares uma resposta."
Tive tudo marcado, e desisti. Desisti porque tive medo! Porque me senti a faltar ao respeito ao meu compromisso!
Mas, eu não poderia fugir para sempre, e eis que o meu telefone toca, passados cinco meses do cancelamento da minha viagem, e era o David! Estava em Portugal, por tempo indeterminado e convida-me a passar a noite com ele. Uma ida á praia, um café, muita conversa, era a promessa.
Aceitei sem pestanejar, e assim que desliguei a chamada, olhei pela janela, e naquela tarde de Novembro, onde a chuva imperava, esta foi-se e deu lugar a um esplendoroso pôr do sol morno. No entanto, eu não parava de tremer.
Eu não ia conseguir simplesmente falar com David sem lhe tocar, sem que me deixasse envolver, sem que me sentisse absolutamente livre! Ele era o homem que me via como amiga, mas também como mulher.
Terminei o meu compromisso, dando exatamente esta explicação, á um ano que queria ser livre.
E lá fui eu...nas asas daquilo que se chama paixão e que eu lhe chamei liberdade! Sem que pela primeira vez, esperasse mais do David, do que aquilo que ele já me habituara a dar.
Uma ligação sem nos... Liberdade apenas.
Corremos a areia da praia, abraçei-o com força, ri descontroladamente, até que, ao meter-mo no carro ele me levou para 200km de distância, uma casa sua que jamais visitara.
Pelo caminho paramos numa estação de serviço, quando me voltei do balcão esbarrei em alguém, no David. Que supostamente teria ido ao WC, mas, como se o destino quisesse deixar bem sublinhado, ele estava sempre, como uma sombra quando eu menos esperasse.
E assim foi até ao entrar na casa, vasculhar os recantos, deparei-me sozinha no meio da sala...
Chamei baixinho e em tom de riso por ele, pois já esperava ser surpreendida.
O David agarrou-me pela anca por trás, virou-me com força para ele, empurrou-me contra a parede da sala, fixou o olhar e o sorriso que eu conhecera fazia 7 anos, e beijou-me como se aquele beijo tivesse esperado 100 anos para ser dado.
Pegou em mim ao colo e sem parar de me beijar levou-me até ao quarto onde nos entregámos á liberdade de sentidos, á liberdade corporal de expressão. e acima de tudo ao apelo extremo dos sentidos
Fomos felizes! Fui feliz! E realizei naquele momento, que tinha tomado a atitude acertada.
Queria ser livre. Não com o David! mas sim, com a sensação apaixonante que estar com ele me fazia sentir!
Não mais voltámos a estar sem estar como amigos, apesar de toda a tensão que se faz sentir por cada vez que nos cruzamos.
O que já não acontece á três anos...
Foi a paixão mais ardente e sobrevivente que podia viver, foi um laço que criei para a vida e me devolveu exatamente isso, vida.
A entrega á paixão deveria ser sempre uma questão de abandonar a razão em prol do coração, que por vezes também ele necessita de umas "drogas" estranhas, que nos façam sentir!
Afinal, só assim temos "estórias" que valham a pena! Almas que dividam a alma connosco e que nos levem para além daquilo que aparenta ser óbvio!
Até breve!
C.Baleia
E, se simplesmente (sobre)vivessemos?
Biologicamente (ou não) falando, mas, penso que sim, porque poderia também falar em Deus, o criador, etc....
A vida é a formação de um bébé!! Canideo, Bovino, Suíno, Réptil, etc...
Falemos do ser humano!
Nascemos, e vivemos, isso é ponto, e morremos, isso também é ponto....Entretanto??
Entretanto existem diversas formas de estar na vida! De sentir a vida, de viver a vida, e, uma coisa muito importante, nunca, vivemos sozinhos, no entanto a conquista da nossa liberdade interior é a mais penosa de conseguir!
Ou seja, que possamos viver de acordo com aquilo que gostamos, que queremos, que acreditamos, sem magoar ninguém! Pois isso é completamente impossivel!
Para isso existe a tolerância, a capacidade de ceder, e uma sensibilidade da qual nem todos são dotados. E nem por isso devem ser criticados.
Mas para além de tudo isto, existe, a inteligência! Saber ver para além daquilo que aparenta ser óbvio! e descernir aquilo que é para ser levado a sério, e aquilo que nem é para ser tão pouco tomado em conta, porque sim, a vida é muito mais que esses momentos carregados de energia negativa que espalha a ansiedade generalizada, aperta com a panela de pressão cerebral da pessoa e acabamos todos por ser mais irracionais que um cão!
Não podemos ser o que nos dá jeito ser! Somos!
Tenho 28 anos, hoje que vos escrevo já caminho perto dos 29! Estou na fase explicada por Erik Eriksson como Intimidade Vs Isolamento!
Nesta fase, se o nosso conflito de desenvolvimento de personalidade psicossocial for totalmente desenvolvido pela Intimidade, tendemos a ser promiscuos! Se for totalmente resolvida pelo Isolamento tendemos a não conseguir construir uma relação seja ela amorosa, amizade, etc. Mas se resolvermos de forma igual, ganhamos a capacidade de amar!
E só duas ou três pessoas que conheco assim foram capazes!
Porque não se pulam etapas de desenvolvimento, podemos sim voltar a elas sempre que for necessário, mas nunca pular!
E se repararmos, muitas vezes voltamos até ás mais primordiais!
Sempre fui fã de Erik Eriksson, e entre muito mistérios da vida, e da sobrevivência, nele acredito em muito quando observo uma formação humana!
Num dia, tudo muda, e acreditem em mim, Oh se muda!
Sou pragmática quando dou uma opinião, brutamente honesta quando me pedem, mas se achar, que, vale a pena! E quando é que eu acho? Quando acho que voltamos atrás numa dessas etapas.
Quando já é crónico, que a pessoa não vive, sobrevive, porque não evolui...
Prefiro concentrar as minhas forças em mim, em quem me ama, e continuar a caminhada...
A minha é dura, mas saboreio tanto as gargalhadas que dou que me falta o apetite de tão satisfeita que fico.
Por isso Che Guevara, idolatrado por mim e pela minha mãe, me deu este mote motivacional de vida!!
Fiquem com as etapas de Erik Eriksson, e não se esqueçam, sobrevivam hoje, para viver amanhã ;)
Esquema de Desenvolvimento de Erik Erickson
1. Confiança X Desconfiança (até um ano de idade)
Durante o primeiro ano de vida a criança é substancialmente dependente das pessoas que cuidam dela, requerendo cuidado quanto à alimentação, higiene, locomoção, aprendizado de palavras e seus significados, bem como estimulação para perceber que existe um mundo em movimento ao seu redor. O amadurecimento ocorrerá de forma equilibrada se a criança sentir que tem segurança e afeto, adquirindo confiança nas pessoas e no mundo.
2. Autonomia X Vergonha e Dúvida (segundo e terceiro ano)
Neste período a criança passa a ter controle de suas necessidades fisiológicas e responder por sua higiene pessoal, o que dá a ela grande autonomia, confiança e liberdade para tentar novas coisas sem medo de errar. Se, no entanto, for criticada ou ridicularizada desenvolverá vergonha e dúvida quanto a sua capacidade de ser autônoma, provocando uma volta ao estágio anterior, ou seja, a dependência.
3. Iniciativa X Culpa (quarto e quinto ano)
Durante este período a criança passa a perceber as diferenças sexuais, os papéis desempenhados por mulheres e homens na sua cultura (conflito edipiano para Freud) entendendo de forma diferente o mundo que a cerca. Se a sua curiosidade “sexual” e intelectual, natural, for reprimida e castigada poderá desenvolver sentimento de culpa e diminuir sua iniciativa de explorar novas situações ou de buscar novos conhecimentos.
4. Construtividade X Inferioridade (dos 6 aos 11 anos)
Neste período a criança está sendo alfabetizada e freqüentando a escola, o que propicia o convívio com pessoas que não são seus familiares, o que exigirá maior sociabilização, trabalho em conjunto, cooperatividade, e outras habilidades necessárias. Caso tenha dificuldades o próprio grupo irá criticá-la, passando a viver a inferioridade em vez da construtividade.
5. Identidade X Confusão de Papéis (dos 12 aos 18 anos)
O quinto estágio ganha contornos diferentes devido à crise psicossocial que nele acontece, ou seja, Identidade Versus Confusão. Neste contexto o termo crise não possui uma acepção dramática, por tratar-se de a algo pontual e localizado com pólos positivos e negativos.
6. Intimidade X Isolamento (jovem adulto)
Nesse momento o interesse, além de profissional, gravita em torno da construção de relações profundas e duradouras, podendo vivenciar momentos de grande intimidade e entrega afetiva. Caso ocorra uma decepção a tendência será o isolamento temporário ou duradouro.
7. Produtividade X Estagnação (meia idade)
Pode aparecer uma dedicação à sociedade à sua volta e realização de valiosas contribuições, ou grande preocupação com o conforto físico e material.
8. Integridade X Desesperança (velhice)
Se o envelhecimento ocorre com sentimento de produtividade e valorização do que foi vivido, sem arrependimentos e lamentações sobre oportunidades perdidas ou erros cometidos haverá integridade e ganhos, do contrário, um sentimento de tempo perdido e a impossibilidade de começar de novo trará tristeza e desesperança.
(Muito por alto, pois não especifica a aquisição de personalidade quando resolvido o desafio)
Até breve
C.Baleia!
O ópio do povo!!
O Futebol é um dos ópios do povo!
Move multidões, garante que a nossa adernalina suba sem limite, onde o culminar do mesmo é num grito que esboça todas as nossas aflições, fustrações, medos, e uma produção de neurotransmissores de felicidade! Uma mistura total de sentimentos sentidos.
Gosto de futebol, gosto daquele cheirinho de domingo á tarde em familia com um bom jogo de futebol e uma motivação um pouco "tuga"!!
Exato, gosto daquelas coisas mesmo á "tuga". A caracolada, um bom vinho, uma boa conversa, um bom arraial, uma boa noite de fados, etc.
Mas, nem tudo o que foi, um dia volta a ser...
De pequena pela mão do meu avô paterno, senti a mistica do Sport Lisboa e Benfica.
Senti a mistica da selecção nacional, quando em 91/92 ganharam o campeonato do mundo ao Brasil pelo pé de Rui Costa num pênalti decisivo, em sub-21.
Cantarolava a marcha do Sporting, porque o mano, pela mão do avô materno era Sportinguista ferranho, e eu achava graça á marcha.
E quando havia um derby, quando havia a final da taça de Portugal, ahhh, era tão bom, o festejo, a camaradagem, a paixão ao clube, o amor á camisola, e o respeito pelo adversário!
Acabou! Isso acabou!! E não vejo forma de voltar atrás! Continuo a ir ver um bom derby, continuo a acompanhar o meu clube, Sport Lisboa e Benfica, continuo a ver a taça de portugal independentemente de o Benfica participa ou não!
Ontém, 31/05/2015 o Sporting Clube de Portugal, ganhou a taça de Portugal, a festa rainha do futebol português! E eu, eu vi o jogo, vi um bom jogo! Emocionante.
Mais uma vez voltamos ás emoções!
Fui ao estádio de alvalade, com um cachecol da selecção portuguesa.
E dançei a marcha do sporting com o meu sobrinho, o meu irmão, a minha sogra, o meu cunhado...(todos sportinguistas), e eu, uma Benfiquista! Sim, uma lampiã a respeitar o Sporting Clube de Portugal.
Senti-me triste por vezes de ouvir nomes menos bons aos benfiquistas quando não teria sido o Benfica o adversário (ou nem eu lá estaria), mas olhei para o lado e vi os meus, vi a alegria deles, e mandei para trás das costas!
O ópio do povo, o Futebol, o que faz vir ao de cima as emoções!!...
Então, eu concluo, infelizmente, que, a nossa sociedade está raivosa, violenta, reactiva!!
E todos os comportamentos, cada vez mais demonstrados, até por vezes por profissionais do futebol, espelham isso mesmo....
È pena!!
Até porque voltarei, para esmiuçar isto...
E muito mais....
Até breve
C.Baleia
Vida Vs Morte
Tema extenso!
Nasci e cresci com a única certeza, um dia morro.
Eu, e todos aqueles que me rodeiam, todos e tudo aquilo que me rodeia.
Desde muito cedo que existe uma procura profunda por parte do ser humano em evitar o assunto morte, em encontrar respostas para a nossa tão única certeza mas tão profundamente misteriosa.
Pelo seu mistério, pelo facto de star intimamente ligada ao sentimento de sofrimento, é imposto práticamente que seja tabu, e, que só se fale em viver.
È certo que não devemos ser mórbidos ao ponto de estar todos os dias a falar na morte, mas, enfrentar esta certeza com o peito aberto, ajuda, sem dúvida a ter uma vida mais preenchida.
Sabemos que aquilo que deixamos por cá é o nosso legado. O que marcamos naqueles que amamos vai perdurar além da nossa existência, por isso se dermos as mãos aos que amamos, junto com as nossas acções, e aquilo que gostariamos de lembrar de alguém, ou, que queiramos que lembrem de nós é semear a vida, para que além da morte, continuemos por aqui!
Mas como lidar?
"Ai nem quero pensar se X morre".... "opá o Y está muito mal, temos que estar preparados".... "olha o A morreu, não é verdade, ainda ontém estava tão bem, o melhor é estarmos bem porque de um momento para o outro já não estamos cá"
Frases tão banais, mas com apenas 5 segundos de duração/de prazo de validade.
Eu costumo dizer, que tenho compaixão pelos que ficam, os vivos, porque esses sofrem, muito! Quem morre, morreu, acabou. E nem assim tenho bem a certeza porque ainda não morri para dizer, mas sei que o amor á vida é muito forte, ou não teriamos casos de sucesso oncológicos, ou batalhas perdidas mas que a luta foi inspiradora. Depende muito da pessoa que enfrenta o que tem que enfrentar.
Uma morte é sempre uma amputação! Com fenómenos psicológicos interessantes, diria mesmo intrigantes!
Que no fundo resumem a beleza da vida! Naquele instante tudo o que lembramos é do BOM, do MARAVILHOSO. Verdade? E o que fazemos? Choramos em bica. De sofrimento.
Peço desculpa falar de mim, mas, só tenho o direito de falar é de mim mesma, apesar de ter estado ao lado de muita gente, incluindo de quem já perdeu filhos, que considero ser a maior perda, e onde assisti ás mais diversas e estranhas reacções.
De mim, posso dizer que tive variadas reacções.
Quando conheci a morte, tinha 7 anos, faleceu uma bisavó, e, não liguei a minima importância. Simultâneamente a minha mãe foi internada a primeira de 9 vezes, e eu sabia, que podia, nunca mais a poder ver.
Um meningioma cerebral fez com que ela tivesse comportamentos idênticos ao de um doente de Alzheimer.
E, eu senti que aquela não era a minha mãe. Era o corpo. Aqui deparamo-nos com a morte em vida!
Felizmente, ela havia de durar e durar e vencer o meningioma em 2009; depois de 9 vezes ao longo dos anos que teve que ser operada aquando este crescia.
O meu avô João, homem forte e saudável, entra no Hospital em Abril de 2010 com uma hérnia no estômago, volta para casa em Junho, e volta a sair com uma sepsis, para não mais voltar em Setembro de 2010.
Não vou contar com as perdas de tios, amigos, entes mais próximos, primeiro porque não me compete expôr aqui, segundo porque vivi um luto pessoal mais tranquilo, e fiz o que todo o ser humano deveria fazer, amparei os vivos.
Quando soube da morte do meu Avô, chorei e agradeci a uma fé estranha que me moveu naquele momento. O sofrimento durante aqueles meses que pareciam não ter fim, não só já tinham acabado de esgotar o meu avô, como estavam a esgotar todos nós, como se estivessemos cheios de sede a correr numa passadeira com o copo á frente mas não nos mexemos do mesmo sitio.
Na véspera de morrer o meu avô pediu-me uma vianeta, banqueteou-se com a mesma, e depois mandou-me embora sob o aviso de ser feliz, e com o prémio de mérito e excelência da boca do mesmo como a melhor amiga que ele teve, a neta, eu!
Chorei, sofri, e no fim, restou uma pedra no cemitério com o nome dele!
Não!...Quando vou a casa dele, sinto-o mais, e sei que ali só estão os espaços que ele um dia privou comigo.
Só vence na vida quem se vence a si próprio. Foi o legado que me deixou.
A minha mãe, estava ao meu lado a 3 de Janeiro de 2013 a beber o café eram 12h50.
Levantou-se, disse-me até já, (pois fiquei mais um pouco no café), e pelas 13h15 o meu telefone toca com a noticia que ela teve um acidente de viação do qual provavelmente não sobreviveu.
Corri até desfalecer nos braços de um vizinho que me ajudou a encontrar o local do acidente.
Quando cheguei mandei as minhas mãos ao céu e depois á cabeça e fiquei gelada e a olhar á roda. Avistei uma amiga e gritei "o que é que eu faço?"
Não me lembro de mais nada, lembro-me de ser um zombie nas mãos dos policias ou porque estava pálida, ou porque alguém me chamou....mas eu não ouvia nada. Só vozes de fundo. Até uma médica dizer "È a unica filha?"..chamei o meu irmão e.... "A vossa mãe faleceu de imediato. Lamento".
Sentei-me no chão e não esboçei uma unica expressão. Recordo-me de um cunhado do meu irmão dizer "Estou preocupado contigo. Estás apática".
O meu cérebro gamhou um mecanismo de defesa tão grande, que eu nem do velório ou funeral me recordo.
Ao fim de seis meses, eu entendi, e agora em espécie de metáfora, que não tinha sido como quando eu tinha sete anos, ela não ia voltar sã e salva, eu não precisava estar a ser forte por ela.
A minha mãe. tinha morrido, para mal dos meus medos, ela tinha morrido.
A mesma pessoa, eu, dois pilares emocionais. e tão deferente reacção.
Porquê? Um eu esperava, a outra não! E ambos para mim, ainda eram imortais.
Uma dor que nunca acaba, um sufoco que nunca deixa de hiperventilar; e eu pergunto-me se não tivessem vivido comigo as belezas da vida eu conseguiria estar agora, sentada no sofá, a fumar um pensativo cigarro e a sorrir enquanto escrevo sobre eles?
Não! A beleza da vida está em tudo o que vivemos até á finitude da mesma, a nossa certeza universal.
E para quem tem medo da palavra fim, então que não seja o fim, que sejam lembrados e registados nas atitudes do nosso dia a dia.
"A morte não é a maior perda da vida, mas sim o que morre dentro de nós enquanto vivemos". Pablo Picasso.
Até breve
C.Baleia
Portugal!! Vs E a favor...
"O MÉTODO DOS BALÕES DE ENSAIO É POUCO DEMOCRÁTICO E MUITO POUCO TRANSPARENTE" in Publico, José Pacheco Pereira
Exactamente por aqui que tudo começa, atiram o barro á parede, e nós, nós temos que ter um qualquer curso politico para compreender o que fazem, o que nos deveriam questionar, as leis, enfim, um acompanhamento civico que na minha opinião está longe de ser o mais adeuqado.
DEMOCRACIA DOMESTICADA! Lamento ter que bater na mesma tecla, mas é nisso que vivemos!
Agora, muito possivelmente, vou ser algo crua e rispida; assim estamos, porque os Portugueses, (na sua maioria) demitiram-se da sua responsabilidade civica.
Eu não posso apoiar quem me diz "são todos iguais, vão para lá roubar" e eu pergunto "Quem está no governo?" e respondem "è o gajo, é o Passos". Hum!! Ou pergunto "Então mas com que politicas estás insatisfeito(a)? Votas-te?" e me respondem "Votar para quê? Não estou contente com nada, pronto"!
Votar para quê?!! Hum... Ora façam lá uma pequena masturbação mental e vejam lá se não sabem porquê, isto para aqueles que gritam a democracia.
Não existe um partido politico que destinga a nossa convicção, pois votar em branco também é voto!
Imaginem se todos votassem em branco?
Imaginem se houvesse 100% de abestenção?? E querem ter voz??
Sinto-me agredida quando vejo tão pouca vontade de participação na actividade do pais, fico colada ao chão gelada com tanta ignorancia, e não, não estou ainda a falar da parte em que não somos esclarecidos, estou a falar do básico, que o cidadão por e simplesmente, NÃO QUER SABER!!
Nós Portugueses temos uma capacidade enorme de descriminar, "Ele é preto mas até é boa pessoa", "A rapariga cresceu num bairro social mas é Dra"; "O rapazinho é filho de toxicodependentes mas conseguiu um bom emprego"!! OU SEJA, TÊM UM DEFEITO E UMA QUALIDADE.
Aiii, levanto as mãos e não sei se hei-de baixar cruzadas, ou ao murro na primeira coisa que encontre.
E somos também péssimistas, uiii!
"Oh ele vai esforçar-se mas da maneira que isto está, não vai longe, oxalá consiga, mas não deve ser capaz..."; "Este problema não me larga, só me dá vontade de pôr a corda ao pescoço"...
São desabafos péssimistas, que influenciam, por vezes, toda uma aplicação social.
O meu primeiro voto, aos 18 anos, ainda tinhamos que ir á junta de freguesia tirar cartão de eleitor, foi no referendo á despenalização da interrupção voluntária da gravidez, sim, o aborto.
Ninguém é a favor do aborto! Ninguém é a favor de uma intervenção cirugica num desespero emocional de uma mulher que seja qual for a razão que a leva ali, não é alvo de julgamento, não pode ser, não tem que ser, e apenas a ela pertence.
O que quem votou sim, (como eu), é a favor, é da DESPENALIZAÇÃO! Ou seja, que não seja clandestino, que não encha bolsos a quem pouco ou nada está preocupado com a vida de outrém, que seja feito por médicos, experientes, por uma equipa de acompanhamento multidisciplinar, porque garantidamente, que a segunda vez que uma mulher lá for, vão encaminhar para uma solução que não passe por fazer intervenções "á parva".
Mas mais uma vez, tentaram, e infelizmente continuam a tentar, discriminar, ora então não há a celebre frase "Só em caso de violação, má formação do feto, ou risco de vida da mãe".
Exato, isto acontece até ás 24 semanas, e é considerada uma intervenção de risco. Por isso, já sofreram mais, mas vamos fazer sofrer mais.
Isto já lá vai em 2004 e felizmente, bem! Mas é só um de muitos exemplos.
Por vezes, tenho a sensação que o povo quer tudo feito. Mas não luta!
Lutar é importante, mostrar consciência critica para argumentar é importante.
Nós ainda vivemos num pequeno paraiso! Querem espreitar a Venezuela? Guiné?
Querem que cheguemos a esse ponto? Gostavam de limar arestas, e manter as coisas boas que temos por cá?
Lutem! Existem variadas formas de expressarmos o nosso descontentamento com soluções na mão, e a democracia em que vivemos permite isso!
E está a ficar domesticada porque as pessoas engolem tudo sem mastigar que lhes é vendido pela comunicação social, mas se forem as entrelinhas, se mastigarem antes de engolir, vão descobrir que ainda há muito para fazer, e muita coisa boa tem sido feita, mas como cidadão tem que intervir! Tem que ter voz activa.
Ou corremos o risco de saber o nome do nosso pais, mas não saber sobre o que estamos contra, ou, o que estamos a favor!
Longe de mim o patriotismo, mas, o meu pais é a minha cultura, a minha identidade, e o dever civico é uma responsabilidade a ter antes de qualquer actuação governamental que queiramos ou não ver implementada.
E por falar nisso, o nosso Ministério da Cultura. Não há! Não há um suporte governamental ao que de mais importante um pais pode ter!
Agora questionem se foi consultado o pais(povo) para o fazerem! E quando souberam, o que fizeram? Eramos poucos a tentar talvez!
Ainda que me tentem pôr de pernas para o ar, eu vou ter a capacidade de imaginar como seria se eu estivesse de pé, e consigo saber o que foi, o que é, e lutar pelo que será, o pais em que nasci, estou inserida, e é a minha identidade.
"Estamos a destruir o planeta e o egoísmo de cada geração não se preocupa em perguntar como é que vão viver os que virão depois. A única coisa que importa é o triunfo do agora. É a isto que eu chamo a «cegueira da razão»." - José Saramago (2005)
Até breve
C.Baleia
Animais Vs Humanos
Ou vice versa!
A fotografia que coloquei são dois dos meus cães, (uma já faleceu), mas não vou apenas falar de canideos convosco, (apesar de ser a minha paixão confessa e convicta). Coloquei porque representa o afecto entre eles, para comigo. Quando tirei esta fotografia, estavamos em comunhão de amor.
Começo por perguntar quantas vezes já olhamos para o lado, e perdemos um pouco de tempo a observar o comportamento dos animais?!
Sim, aqueles seres que mais de matade do ser humano considera "abaixo" de si, mas que partilham o planeta terra connosco!!??
Não, não vou sugerir dar festinhas a um tubarão branco esfomeado, nem tão pouco ter um tigre em casa a jantar connosco. Tranquilo
Vou sugerir o respeito! Sou atrevida ao ponto de não sugerir, de impor mesmo!
Se eu não tiver a brilhante ideia de mandar um pontapé numa colmeia, provavelmente a abelha não me pica, se eu evitar que uma andorinha me faça um ninho por cima da porta, ela não vai construir ali, e muito menos tenho o direito de, após o ninho estar construido o desfazer, se não queimar florestas, eu não corro o risco de sair a porta, e ver um macaco no meu quintal, ou um Gnu a correr na estrada e a provocar acidentes, QUE BESTAS somos nós que temos o previlégio de ser racionais, competir com aqueles que não o são??!!
Este assunto dava pano não só para mangas como para saias...!... Mas eu prefiro um pouco de cada vez.
Que direito tenho eu, de espancar um animal porque ele me mordeu, porque ele me destruiu o sofá se a escolha de o acolher foi minha?!
Amo os meus animais!! Recordo-me de uma vez, fazer uma caminhada com a minha mãe, pelos campos ao pé de casa onde pastavam por essa hora, ovelhas, vacas e bois.
Ia calmamente cabeça baixa, quando de repente observo repentinamente umas patas pequenas, e oiço a voz da minha mãe "Não faças nenhum movimento á bruta"!! Subi o meu pescoço lentamente e deparei-me com um enorme boi. A bufar tão perto de mim que me abanava o cabelo e me colocou a transpirar em bica.
Num segundo o pastor lhe emitiu um som que ele, ao virar o seu fucinho, voltou a olhar-me fixamente e afastou-se!
Podia ter corrido mal? Podia! Eu tinha culpa? Não! O Boi tinha? Seguramente que não! Quem tinha? Bem, racional aqui sou eu, não o boi!
Mas se uma pessoa me ofender, se um filho meu for um assassino, provavelmente eu não vou reagir "como se de um animal se tratasse"....
Ahhh esta expressão "Seu animal". Vamos abater o bixo porque ele é bravo.
Vamos abater a pessoa porque é brava? Não! Vamos procurar uma resposta certo?
E porque não fazemos o mesmo aos animais? À NOSSA NATUREZA? Ela faz parte de nós e nós dela!
Tão simples...!! Tratar o ser humano como ser humano, o animal doméstico como animal doméstico, o animal selvagem como o animal selvagem!
Procurar respostas ás questões impostas. Porque mais uma vez, se procurarmos dentro dos afectos, vamos encontrar o contra peso na balança entre o coração e a razão, a melhor questão á resposta que no fundo, todos já possuimos.
"Eu imagino Deus como a fonte de toda a energia que criou e mantém o equilíbrio
do universo.
Vejo Deus na flor e na abelha que lhe suga o néctar para produzir o mel;
e no pássaro que devora a abelha; e no homem que devora o pássaro...e no verme que devora o homem.
Eu vejo Deus em cada estrela no céu,nas minhas noites (...), e nos olhos
tristes de cada boi, ruminando a erva...
Só não consigo ver Deus no homem que devora o homem, e por isso acho que ainda tenho muito o que aprender nesses caminhos da vida..."
Benedito Ruy Barbosa
Podemos continuar a fazer saias e até bibes com isto ...
Até breve
C.Baleia
Educação Vs (...)
Vou fazer aqui uma "rexemelenga" de temas que irão todos parar ao mesmo ponto fundamental.
(...) Uma mulher escreveu: “Tenho bipolaridade e nem sou capaz de contar quantas pessoas me disseram ao longo dos anos: ‘Devias ficar contente por só teres isso’, ‘podia ser pior, podias ter cancro ou outra doença terminal...’ Entristece-me que tantas pessoas não percebam que as doenças mentais, apesar de serem tratáveis, não são curáveis e podem matar.(...)” in publico.
"O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele." Kant
Quando eu tinha 14 anos, e até por volta dos meus 20, detestava a frase feita "Os Jovens de hoje em dia não têm respeito".
Foi uma grande amiga que recentemente me lembrou disto, e eu ri, ri á gargalhada porque realmente eu detestava. Também sofri de Bullying, levei umas quantas bofetadas na escola por me defender com resposta á violência de ataques meramente estimulados por motivação á minha reacção, e depois havia grandes admirações "afinal, ela até é fera", e hoje em dia, de todos eles, e elas, eu guardo contacto.
Penso que vivi uma altura em que se podia contar mais com os nossos pais, e, tinhamos uma maior confiança em nós mesmos.
Eu digo muitas vezes que ser boa pessoa não é sinónimo de ser estupido.
As dicotomias da vida, guerra/paz; alegria/tristeza; pobreza/riqueza; etc... só podem ser saboreadas em pleno, quando se contactou, ou quando se viveram ambas.
Agora, alguns paizinhos vão saltar em cima de mim...!! .... OS MENINO(AS) NÃO PODEM SER SUPER PROTEGIDOS!! Já me chamaram os nomes todos?! Então eu explico:
Devem ser rodeados de afecto, saber onde é o seu "porto de abrigo", saber que a sua base, (seja ela uma familia monoparental ou não) é sólida, saber que os agentes de socialização, (e aqui cabe á escola, ás amas, aos amigos, familiares,etc, um papel importante) estão com eles, independentemente do que façam, eles vão estar ali, para orientar, no bem, mas também no mal.
Existem comportamentos, que exigem uma rigidez extrema ao nivel emocional dos agentes educativos.
Quando pequenos, o NÃO, é importante, quando crescerem, vão achar que não existem limites, e vão sofrer quando confrontados com uma impossibilidade. E a reacção a tal, pode ser na melhor das hipóteses a fustração, na pior, imensas perturbações ao nivel emocional.
A diferença entre o bem e o mal é vasta! Mas existe actualmente, puro requinte de malvadez nas atitudes da maioria dos nossos jovens! Puro requinte de afirmação desmedida.
Novelas a mais? Séries a mais? ou, demissão do poder parental?
Não podemos acreditar em tudo o que nos vendem como certo! Li um artigo que dizia que não há pais máus. Ou seja, não existe uma receita para seguir á risca!
Confiar nos instintos e sentidos, funciona por vezes melhor que nos artigos de "como ser o pai/mãe do ano"... Tranquilo ou o que disse o senhor no programa em horário nobre.
Promover o relacionamento, e a partilha entre todos os agentes educativos pode evitar sim, situações como as que a comunicação social nos tem vendido.
Podem evitar um vislumbre de preservativos pendurados num estendal, quando aquela familia tenta prevenir uma gravidez, ou outra e mais outra, indesejada.
Podem evitar casas recheadas de estrutura material, e ocas de estrutura parental.
Só não podemos evitar pessoas más, mas podemos evitar que elas se coloquem dentro daquilo em que acreditamos.
Podemos evitar situações como eu vi, uma jovem de 15 anos numa avenida a um dia de semana a beber uma sangria de garrafa de plástico, acompanhada de uma outra jovem, que cumprimentava os amigos com as mais requintadas asneiras, e quando a abordo a perguntar se está tudo bem me responde "Ya, estamos só a curtir um bocado para depois ir dormir, e eles são nossos amigos é mesmo na boa".
Exato!! Onde estão os pais?
Uma tentativa de convivio errático e forçado e recorrente de um perigo chamado Alcool. Sim, não é só os charros, e mais uma vez secalhar vão chamar me nomes, mas, antes fossem os charros.
E culpar os bairros sociais, já não é solução! Tentaram enfiar as pessoas ao lado de zonas industriais como se elas não podessem viver em sociedade, porque queriam uma sociedade construida sobre uma democracia domesticada; esqueceram se das periferias.
Todos somos culpados, incluindo os intervenientes.
Evitem filas na psiquiatria, promovam a inter ajuda, a amizade, a TOLERÂNCIA, mas acima de tudo, os valores educativos.
Podemos continuar a discutir isto...
Até breve
C.Baleia
Sempre uma questão de questionar!
A minhs ansiedade de escrita, funciona como oxigénio para a minha alma. Bem lá no recôndito da mesma, existe um desejo palpitante de revirar o mundo com palavras. São sem sombra de dúvida a melhor arma. Quando bem empregues, quando certeiras, e nunca quando "cuspidas".
A mulher que hoje sou, em nada tem haver com aquela que um dia fui, se bem que, essa continua a ser igualmente importante, porque tem a base.
"O essencial acompanha-nos para sempre" (Helena Sacadura Cabral).
Não se trata aqui de mim, mas sim do mundo sociocultural e socioeconómico que me rodeia.
Escrevi um livro, "Vivi porque Senti" editado em 2009 pela Corpos Editora, e estagnei.
Sim, estagnei, os meus passos trouxeram-me até aqui, no entanto esqueci o porquê da vontade, esqueci!
Afinal quem somos nós sem os afectos? Quem somos nós quando temos que escolher algo, sabendo que, talvez a escolha que fizermos seja pior que a outra opção. Mas a escolha pertence aos pragmáticos, aos que tomam o controlo da sua vida.
E garantidamente assustador, são uma minoria!
Um ponto de vista, pode por vezes ser um ponto na vista! E é importante ouvir, porque mudar de opinião é uma coisa, reformular a mesma opinião com conhecimentos é enrriquecer.
Aqui terão acesso a isso mesmo, uma frieza real de um ponto de vista. Se amo a Animação Sociocultural, se amo a Comunicação, se amo a Psicologia, se amo a Natureza, eu amo mesmo o MUNDO. E, com as palavras, (a minha arma), um bocadinho em cada sitio, em cada gesto aqui partilhado, sim, eu posso ver e sentir um mundo melhor.
Até Breve
C.Baleia
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